segunda-feira, 12 de novembro de 2012

AMIZADE


 

Amizade, dizem, não tem preço
e não tem mesmo, porque ela é
estima, consideração, apreço, e,
segundo os poetas, abriga-se no coração.
Podes procurá-la nas lojas mais sofisticadas,
nos palácios mais requintados,
a resposta será: Não!
Podes viajar pelo mundo
e se tiveres asas, voar: Não!
Mas num instante, etérea que é,
ela estará contigo, no abrigo, no abraço,
no carinho do amigo.

Amizade não se vê, se cultiva.
Dia após dia cresce
mesmo longe do objeto amado.
Suas raízes profundas não serão destruídas jamais.
É aquela coisa boa que a gente tem na vida;
Olhá-la, devemos, como os pintores
que captam o verde e mais além
na paisagem dos campos que se cobrem com
lençóis de neblina,
floresinhas lilases, amarelas.

Amizade tem as cores da aquarela.
Suave, não agride nem ocupa teu espaço
mas basta chamá-la mesmo por telefone
e lá vem ela te envolvendo,
te colocando no regaço,
seca a lágrima no momento da dor,
vibra contigo nos pequenos segredos sussurrados,
gargalha e chora, depois te deixa descansar,
numa almofada macia.


Bebe um uísque e toma um chá
conforme a ocasião e vai embora,
mas não te esquece. Mesmo de longe te aquece.
Às vezes, se estás feliz, ela aparece
só no dia do teu aniversário.
Sempre no Natal se faz presente e
como não tem corpo, seu presente é
puro carinho, é sol e pode virar prece.

Amizade a gente sente, não é fantasia.
Podes carregá-la na bolsa, no bolso
e repito, na linguagem dos poetas: No fundo do coração
Amizade é isto e muito mais.
É preciosa jóia sem preço.
Podes sair a procurar: Brasil, França, Japão,
outros mais.  Nada disso, não!
Mas ela cabe num verso, num poema
e de tão grande se faz pequena
para entrar num envelope e,
a galope, chegar às tuas mãos.
Ela é coisa rara.
Para uma breve elucidação, veja o dicionário:
Apreço, estima, consideração,
sentimento fiel, simpatia, afeição,
bondade.
Um amigo pode anestesiar tua tristeza.
Amizade é gentileza.
Põe o pão na medida exata do teu prato,
sacia a sede sendo vinho bíblico.
A verdadeira amizade é pano branco sem nódoa
como o linho na mesa da comunhão.

AMOR




Ivanise Mantovani

Quero abraçar-te, sentir o perfume
e sussurrar versos de amor
pois todo meu afeto se resume
na delicada carícia de um beija-flor

Buscando, enfim, essa felicidade
acalmarei o coração dorido,
quem sabe, de mim sintas saudade
e se voltares te chamarei: querido!

Nosso horizonte não terá nebulosas
expulsarei todo e qualquer medo,
nossas tardes serão vaporosas
sob o farfalhar dos arvoredos.

Sei que guardas por mim amor silente
que, se revelado, será só esplendor,
assim, nossos afagos serão ardentes
como ardente é o beijo da vermelha flor.

Envolvidos por este sentimento estranho
nossa vida transcorrerá formosa
e cada um desses minutos terá o tamanho
certamente da exuberância de um jardim de rosas.


sábado, 21 de abril de 2012

iviM853: INVISÍVEIS

iviM853: INVISÍVEIS: Morro de medo dos ácaros que moram nos lençóis da minha solidão.

SOLIDÃO

Meia noite.
Horas insones passam
num funesto concerto
orquestrado pelo demo.
O eclipse lunar
faz desaparecer
o céu estelar.
Aproxíma-se o desespero
numa carruagem cruel
soerguida pelo tropel
de cavalos negros, suados,
patas de ferro, crinas eriçadas.
A solidão sob o mando
do desespero
oferece um cálice de fel.
No bordado das silhuetas
do assombro
o cortejo segue arrastando
fantasmas.
O amor se liquefaz
nas garras pontiagudas
e fazem sangrar o coração.

iviM853: iviM1935: INVISÍVEIS

iviM853: iviM1935: INVISÍVEIS: iviM1935: INVISÍVEIS : "Morro de medo dos ácaros que moram nos lençóis da minha solidão."

iviM853: iviM1935: INVISÍVEIS

iviM853: iviM1935: INVISÍVEIS: iviM1935: INVISÍVEIS : "Morro de medo dos ácaros que moram nos lençóis da minha solidão."

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

VASO PARTIDO

Pés descalços, ela veste maresia.
Escuta o mar enquanto o sol desmaia.
Depurados os dilemas, sobram-lhe tristezas.
Poderia se entregar à malícia do vinho,
no entanto,
prepara-se para respirar solidão.
É areia a carícia sob os pés desnudos.
Escada, vestíbulo. Agora ela e a lua
adentram à sala vazia.
ficaram marcas nas almofadas,
Uma foto rasgada, um vaso partido.
Num livro aberto jaz uma rosa
sobre um poema de Sully Prudhomme.