sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

VASO PARTIDO

Pés descalços, ela veste maresia.
Escuta o mar enquanto o sol desmaia.
Depurados os dilemas, sobram-lhe tristezas.
Poderia se entregar à malícia do vinho,
no entanto,
prepara-se para respirar solidão.
É areia a carícia sob os pés desnudos.
Escada, vestíbulo. Agora ela e a lua
adentram à sala vazia.
ficaram marcas nas almofadas,
Uma foto rasgada, um vaso partido.
Num livro aberto jaz uma rosa
sobre um poema de Sully Prudhomme.

AMANTES

Galopando madrugadas
no dorso dos vendavais,
auroras despetaladas
como nudez de vestais.
Segredos murmuram os ventos
na alvura nupcial
prenunciando adventos
de antegozos celestiais.
São amantes desenfreados
saciando seus desejos
falam mil coisas calados
na longa reza dos beijos.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

DECLARAÇÃO

Afundou na poltrona. Faces ruborizadas, olhos baixos. Recém completara treze anos. Era a primeira vez que confessava seu amor para uma mulher. Humilhado pensou em fuga, em morte. Não suportaria a ideia de viver sob o mesmo teto com ela, a futura madrasta.

quarta-feira, 27 de abril de 2011